Lenda da Região Centro Oeste: A Mãe do Ouro
Lenda da Região Centro Oeste: A Mãe do Ouro
Havia em Rosário, às margens do rio Cuiabá, um rico senhor de escravos, de modos rudes e coração cruel. Seus escravos diariamente vinham de lhe trazer alguma quantidade do precioso metal, sem o que eram levados para o tronco .
Tinha ele um escravo já velho a quem chamavam pai Antônio, que levou uma semana inteira sem encontrar um grão de ouro e, assim, dia menos dia lá iria ele para o castigo. Certo dia, em vez de trabalhar, deu-lhe tamanho desespero, que saiu andando à toa pelo mato. Sentou-se no chão, cobriu as mãos e começou a chorar. Chorava e chorava, sem saber o que fazer. Quando descobriu o rosto, viu diante dele, branca como a neve, e com uma linda cabeleira cor de fogo, uma formosa mulher.
– Por que está triste assim, pai Antônio?
Sem se admirar, o negro contou-lhe a sua desventura. E ela:
- Não chore mais. Vá comprar-me uma fita azul, uma fita vermelha, uma fita amarela e um espelho.
Saiu o preto do mato às carreiras, foi à loja, comprou o espelho e as fitas mais bonitas que achou, e voltou a encontrar a mulher dos cabelos de fogo.
- Não conte a ninguém o que aconteceu.
Pai Antônio correu, tomou a bateia e começou a trabalhar. Cada vez que peneirava o cascalho, encontrava muito ouro. Contente da vida, foi levar o achado ao patrão.
Em vez de se satisfazer, o malvado queria que o negro contasse onde tinha achado o ouro.
– Lá dentro do rio mesmo, sinhozinho.
– Mas em que altura?
- Não me lembro mais.
Foi amarrado no tronco e maltratado. Assim que o soltaram, correu ao mato, sentou-se no chão, no mesmo lugar onde estivera e chamou a Mãe do Ouro.
– Se a gente não leva ouro, apanha. Levei o ouro, e quase me mataram de pancada. Agora, o patrão quer que eu conte o lugar onde o ouro está.
Tinha ele um escravo já velho a quem chamavam pai Antônio, que levou uma semana inteira sem encontrar um grão de ouro e, assim, dia menos dia lá iria ele para o castigo. Certo dia, em vez de trabalhar, deu-lhe tamanho desespero, que saiu andando à toa pelo mato. Sentou-se no chão, cobriu as mãos e começou a chorar. Chorava e chorava, sem saber o que fazer. Quando descobriu o rosto, viu diante dele, branca como a neve, e com uma linda cabeleira cor de fogo, uma formosa mulher.
– Por que está triste assim, pai Antônio?
Sem se admirar, o negro contou-lhe a sua desventura. E ela:
- Não chore mais. Vá comprar-me uma fita azul, uma fita vermelha, uma fita amarela e um espelho.
Saiu o preto do mato às carreiras, foi à loja, comprou o espelho e as fitas mais bonitas que achou, e voltou a encontrar a mulher dos cabelos de fogo.
- Não conte a ninguém o que aconteceu.
Pai Antônio correu, tomou a bateia e começou a trabalhar. Cada vez que peneirava o cascalho, encontrava muito ouro. Contente da vida, foi levar o achado ao patrão.
Em vez de se satisfazer, o malvado queria que o negro contasse onde tinha achado o ouro.
– Lá dentro do rio mesmo, sinhozinho.
– Mas em que altura?
- Não me lembro mais.
Foi amarrado no tronco e maltratado. Assim que o soltaram, correu ao mato, sentou-se no chão, no mesmo lugar onde estivera e chamou a Mãe do Ouro.
– Se a gente não leva ouro, apanha. Levei o ouro, e quase me mataram de pancada. Agora, o patrão quer que eu conte o lugar onde o ouro está.
– Pode contar – disse a mulher.
Pai Antônio indicou ao patrão o lugar. Com mais vinte e dois escravos, ele foi para lá. Cavaram e cavaram. Já tinham feito um buracão quando deram com um grande pedaço de ouro. Por mais que cavassem não lhe viam o fim. Ele se enfiava para baixo na terra, como um tronco de árvore.
Abriram para isso um buraco enorme. De repente tudo ruiu e os homens rolaram para o fundo da mina, sendo esmagados pela avalanche de terra que sobre eles caiu. Assim morreu o mineiro ambicioso e cruel. E pão Antonio, graças a proteção da Mãe do Ouro, foi salvo e viveu mais de cem anos, tranqüilo e feliz.
Pai Antônio indicou ao patrão o lugar. Com mais vinte e dois escravos, ele foi para lá. Cavaram e cavaram. Já tinham feito um buracão quando deram com um grande pedaço de ouro. Por mais que cavassem não lhe viam o fim. Ele se enfiava para baixo na terra, como um tronco de árvore.
Abriram para isso um buraco enorme. De repente tudo ruiu e os homens rolaram para o fundo da mina, sendo esmagados pela avalanche de terra que sobre eles caiu. Assim morreu o mineiro ambicioso e cruel. E pão Antonio, graças a proteção da Mãe do Ouro, foi salvo e viveu mais de cem anos, tranqüilo e feliz.
Theobaldo Miranda Santos
Interpretação
1- O que os escravos eram obrigados a entregar ao mineiro cruel?
2- O que a linda mulher pediu ao Pai Antonio?
3- Quem era essa moça?
4- O que aconteceu com os homens que foram cavar o buraco?
5- O que essa lenda procura explicar?
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